Taxa Selic tem primeiro aumento desde julho de 2015
A taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) tem seu primeiro aumento desde julho de 2015, passou de 2% para 2,75% ao ano, após se manter por sete meses em baixa histórica. A medida foi anunciada, ontem (17/3), pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o setor de transporte, o impacto mais direto deve se dar na tomada de crédito, dificultando investimentos em um período de crise global por conta da pandemia do novo coronavírus.
Basicamente, a Selic influencia todas as demais taxas de juros do Brasil, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e até de retorno em aplicações financeiras. A decisão do Copom foi motivada pelo aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pelo risco de não cumprimento dos limites da meta de inflação para 2021.
O IPCA acumulado nos 12 meses findos em fevereiro de 2021 atingiu 5,20%, nível muito próximo do limite superior da meta de inflação do Copom para 2021, de 5,25%. Já no acumulado de janeiro a dezembro de 2021, a expectativa é que o IPCA aumente 4,68%, segundo o boletim Focus elaborado pelo Banco Central do Brasil, ficando mais próximo do limite superior da meta do que em 2020.
Considerando os diferentes itens no cálculo do IPCA, os alimentos mostraram a maior variação acumulada nos 12 meses encerrados em fevereiro de 2021 (15%), seguidos dos combustíveis (8,73%). O diesel, especificamente, apresentou uma variação acumulada de 4,64% entre março de 2020 e fevereiro de 2021. O aumento do preço desse insumo tende a se refletir no transporte de cargas e de passageiros, gerando aumento dos custos para as empresas e famílias.
O aumento da taxa Selic busca cumprir o papel de frear a inflação, além de poder contribuir com a atração de capitais para o país, com uma valorização da moeda nacional e o aumento da taxa de poupança brasileira. A magnitude e a direção dos efeitos da elevação dos juros na economia nacional ainda se mostram incertos.
Fonte: Agência CNT Transporte Atual