Setor de fretes e cargas prevê aumento de 3% nos contratos com reajuste do diesel

Após o anúncio da Petrobras de uma alta de 8,9% no preço do diesel para as distribuidoras, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) aponta que o reajuste irá representar um aumento emergencial de pelo menos 3,1% no custo dos fretes no Brasil.



De acordo com a entidade, para manter a saúde financeira das empresas, é imprescindível que seja repassado de “forma imediata” o acumulado das subidas no valor do combustível.



Um levantamento da própria NTC&Logística mostra que o diesel teve um aumento médio de 21,21% nos postos de combustíveis somente neste ano de 2022.



Ainda segundo a entidade, nos últimos 12 meses, o crescimento nas bombas chega a 49,01%.



De acordo com o assessor técnico da entidade, Lauro Valdivia, os custos com combustível representam cerca de 30% a 35% dos gastos do setor. E, além da escalada no preço do diesel, o representante cita que as empresas enfrentam o aumento de outros insumos.



“É muita coisa para absorver, os preços de caminhão subiram cerca de 50%, o pneu, 40%, e agora, no meio do ano, têm os gastos com dissídio salarial, que devem ser de cerca de 11%. Isso porque mão de obra representa aproximadamente 25% dos custos das empresas”, aponta Valdivia.



“Então é uma escalada de aumento fora da realidade, é muito difícil para o setor absorver ou até repassar. Você não consegue nem repassar o anterior e já tem outro, a frequência é muito próxima um do outro.”



O assessor destaca ainda que o setor de transporte de fretes e carga está ligado diretamente ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, já que a oferta por serviço depende da produção e consumo de outros setores da economia.



Lauro Valdivia afirma que muitos caminhoneiros autônomos estão largando o setor porque não conseguem lidar com os aumentos suscetíveis de preços.



Para o especialista em transportes da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Transportes), Marcus Quintella, o reajuste terá um impacto inflacionário a médio prazo. Ele alerta que, no fim das contas, o aumento chegará no bolso do consumidor.



“O aumento dos combustíveis cria um problema na cadeia produtiva como um todo. Como o repasse acaba vindo para o consumidor final de uma forma ou de outra, esse acréscimo vai chegar na inflação em um certo espaço de tempo”, aponta Quintella.



O economista reforça ainda que quem mais sofre com esse tipo de alta é o caminhoneiro autônomo, que deve refazer toda composição de custo do frete.



Fonte: CNN Brasil


Cadastre-se para receber nossa Newsletter

@
Estou ciente de que os dados fornecidos são exclusivamente para cadastro mencionado no formulário, para contato ou envio de newsletter. Após finalização, os dados serão armazenados pelo Sindetrap de forma segura, apenas com a finalidade de manter histórico de atividades realizadas e sem hipótese de transmissão a terceiros, conforme Lei Nº 13.709 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)