O impacto das restrições de veículos de carga nas áreas metropolitanas

Por Ricardo Henrique, analista de dados do IPTC e Redação

Nos últimos anos, o crescente número de veículos nas metrópoles tem contribuído para o congestionamento e emissão de poluentes. Desse modo, essas regiões enfrentam desafios relacionados à necessidade de promover soluções sustentáveis de mobilidade e como resposta a essas questões, muitas cidades têm adotado medidas específicas, como restrições de circulação para veículos de carga em determinadas áreas ou horários.

Os tipos de veículos de carga impactados pelas limitações incluem caminhões de diferentes tamanhos e capacidades. As restrições variam de acordo com a área, sendo aplicadas tanto em zonas específicas, quanto em Zonas de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC) e em vias estruturais restritas (VERs), onde a circulação de veículos pesados é limitada. Além disso, existem restrições em zonas residenciais e sistema de rodízio que se aplicam a diferentes áreas metropolitanas.

À medida que as restrições foram intensificadas, houve um aumento na complexidade das operações de entrega e distribuição nestas áreas, o que resultou em um acréscimo nos custos de transporte. Tais custos são repassados diretamente para o valor do frete, uma vez que, podem ser adicionados encargos relacionados à dificuldade de entrega.

Isso causa, também, incerteza na previsão do recebimento, já que muitas contenções não são devidamente divulgadas e as normas não são claras, o que leva a questionamentos por parte dos transportadores.

Muitas vezes, as restrições de veículos de carga nas áreas metropolitanas, impostas pelos órgãos competentes de cada município, são justificadas com o argumento de melhorar a qualidade ambiental e a segurança nessas regiões. Entretanto, o ideal seria a padronização das restrições nas zonas metropolitanas, facilitando o planejamento e deslocamento das mercadorias.

Quando pensamos em possibilidades para reduzir o impacto das restrições, diversas alternativas podem ser cogitadas:

  • implementação de veículos urbanos de carga (VUC) de menor porte;
  • adoção de sistemas de rodízio para distribuir o tráfego;
  • concessão de exceções para certos tipos de veículos e cargas; e
  • o estabelecimento de áreas especiais com restrição de circulação e operação.

Destacamos ainda que o IPTC disponibiliza uma ferramenta interativa da região sudeste que permite consultar estas restrições, suas características e visualizá-las em mapas, incluindo a demarcação precisa das áreas e ruas afetadas por tais limitações.

Por fim, é válido destacar também que as restrições em um único município podem desencadear um efeito dominó em toda a região metropolitana, à medida que cidades adjacentes passam a absorver o fluxo de veículos oriundos das localidades com restrições. Por isso, o planejamento responsável é o ponto-chave para qualquer decisão que limita o ir e vir de veículos, mercadorias e pessoas.

 

Fonte: SETCESP Imagem: divulgação 

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