Investimento em transporte neste ano será o menor em duas décadas

O investimento da União em transporte neste ano será o menor dos últimos 20 anos, ao comparar os montantes de cada ano, corrigidos pela inflação. A constatação está detalhada no Radar do Transporte, publicado no último dia 07 pela CNT e que traz a análise da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2021. Com a aprovação desta Lei foi possível analisar como foram distribuídos os recursos federais, mais especificamente aqueles dirigidos ao investimento em transporte para 2021.

O valor autorizado para os investimentos deste ano no setor será de R$ 7,4 bilhões. Comparado esse valor com o montante autorizado no ano passado, a redução é de R$ 3,2 bilhões. Mesmo que o valor para 2021 seja integralmente executado, o setor ainda estará diante de uma queda em seus recursos, visto que em 2020 o total pago foi de R$ 10,2 bilhões, já descontada a inflação, o que representaria uma redução de 27,5% nos recursos efetivamente pagos. Aliás, entre 2009 e 2020, o investimento efetivo da União em transporte só superou o montante autorizado no orçamento em 2016, 2018 e 2019, e isso só aconteceu devido à execução de restos a pagar remanescentes de exercícios anteriores.

“Ao invés de o valor para o investimento no transporte aumentar de um ano para outro, diminuiu. O governo precisa encarar o setor como essencial ao definir o orçamento anual e estruturar um programa de retomada de investimentos públicos em infraestrutura de transporte. Os investimentos privados, sozinhos, não serão suficientes para solucionar os problemas hoje existentes”, destaca o presidente da CNT, Vander Costa.

A redução do valor autorizado para os investimentos do setor de Transportes é preocupante, visto que tende a produzir um impacto direto na qualidade da infraestrutura no país. Além disso, pode afetar e onerar as cadeias de suprimento dos demais setores da economia. Com os decréscimos constantes da destinação de recursos observados a cada ano de exercício, diminui também a capacidade de manutenção e de expansão de rodovias geridas diretamente pelo governo federal, sem falar de insuficiências em intervenções nos setores aquaviário, ferroviário e aéreo, essenciais para a expansão e integração dos diferentes modais de transporte e para o desenvolvimento do país.

Fonte: Agência CNT Transporte Atual

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