Frete Misto: participação do agregado X frota própria
A discussão entre ter frota própria ou agregada para a rentabilidade nas empresas é antiga. Mas independente de opiniões diversas, não podemos negar que se trata de uma estratégia logística que combina as vantagens de ambos os sistemas para otimizar o transporte de mercadorias.
Escolher a melhor opção para cada negócio envolve uma análise complexa, mas de imediato sabemos que a frota própria requer investimentos em infraestrutura. A frota agregada, por outro lado, se utiliza de motoristas autônomos, os quais são donos de seus veículos, se tornando prestadores de serviço para as transportadoras.
A participação do agregado no frete misto é crucial para atender a picos sazonais e para cobrir áreas geográficas onde a frota própria pode não ser tão eficiente. Os agregados trazem a vantagem de reduzir custos fixos, uma vez que a empresa não precisa investir em veículos próprios e nem arcar com despesas de manutenção e salários de motoristas. Além disso, a contratação de agregados pode ser feita de maneira mais ágil, ajustando-se rapidamente às necessidades do mercado e evitando a ociosidade da frota própria em períodos de baixa demanda.
Por outro lado, a frota própria garante que a empresa mantenha um controle rigoroso sobre a qualidade do serviço, gerencie melhor os prazos de entrega e tenha maior previsibilidade e estabilidade operacional.
A integração dessas duas modalidades no frete misto permite que a empresa alcance um equilíbrio ideal entre custo, eficiência e qualidade. A chave para o sucesso dessa estratégia está na gestão eficaz, onde é necessário monitorar constantemente o desempenho dos agregados, além de manter a frota própria em perfeito funcionamento, garantindo que ambos os sistemas trabalhem de forma harmoniosa e complementar.
Além disso, existem empresas que para reduzir a ociosidade preferem usar várias carretas para atender a um único cavalo mecânico. Com isso, aumenta-se a produtividade do equipamento mais caro, reduzindo-se o seu custo fixo. Por outro lado, haverá aumento do custo fixo dos equipamentos. Por isso, é necessário calcular os ganhos ou perdas relativas à operação, principalmente quando houver a necessidade de espera, para a carreta completar o carregamento, ou seja, esse tempo também deve ser considerado.
Tal escolha, quando feita corretamente, exclui qualquer incerteza em relação à gestão das entregas de acordo com as necessidades de cada produto e perfil do cliente.
Simulação, na prática…
Diante da pluralidade do mercado de transportes, considerando que a maioria das transportadoras não trabalha integralmente com frota própria e para baixar os custos, optam por fazer essa mescla, iremos avaliar a participação de cada uma delas em uma simulação de cálculo.
Para entender o cenário hipotético analisaremos três trechos percorridos: 400 Km (distâncias curtas), 800 Km (distâncias médias) e 2.400 Km (distâncias longas). Além disso, adotamos como padrão uma margem de lucro (L) de 12%, impostos (I) de 5,93% (PIS, COFINS, IRPJ e CSL), capacidade de carga (CP) de um veículo de 25 toneladas, R$ 9,45 por tonelada de despesas administrativas e de terminais (DAT), por fim um custo de R$ 1,30 do frete carreteiro (FC) por Km.
Cenário 1 | considerando a proporção de 60% de frota agregada (PC – Preço Carreteiro) e 40% de frota própria (PP – Preço Própria), temos:
Percebe-se que a maior eficiência está nas distâncias médias (até 800 km) onde o ganho com a frota mista é de 54,47%. Já para as distâncias longas (até 2.400 km) essa eficiência diminui em 15,41 p.p abaixo da média geral, mas ainda sim, trazendo resultados positivos para a operação como um todo.
Cenário 2 | considerando a proporção de 40% de frota agregada (PC) e 60% de frota própria (PP) temos:
Quando consideramos inverter a proporção, com os mesmos parâmetros iniciais, temos uma redução significativa nos ganhos operacionais de ambas as faixas. Mas a faixa intermediária sofreria a maior perda na ordem de 36,72 p.p quando comparado ao primeiro cenário. Uma das justificativas possíveis é de que os custos fixos com a frota própria são elevados e a quantidade de viagens/mês realizadas por esse veículo não seriam suficientes para arcar com as despesas.
Cenário 3 | considerando a proporção de 50% de frota agregada (PC) e 50% de frota própria (PP), temos:
Nesta proporção, meio a meio, mantemos um cenário vantajoso, mas distâncias médias (até 800 km) mas com queda considerável nas três faixas. Apresentando ganho médio geral de 27,53%, representando 17,85 p.p a menos se comparado com o primeiro cenário.
Dito isso, avaliamos que a melhor opção neste caso seria manter a proporção apresentada no cenário 1, uma vez que, os ganhos com a frota mista são maiores em ambas as faixas de distância, promovendo maior rentabilidade financeira e operacional para o modelo de veículo adotado. Por isso, essa análise, caso a caso, é tão necessário antes da tomada de decisão. Use os recursos da consultoria de planejamento de custos e tarifas para melhor avaliação e simulação.
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