FecomercioSP defende transporte de cargas como atividade essencial
Em meio às restrições mais rígidas de circulação, medida pode garantir abastecimento e operações do e-commerce, além de contribuir no isolamento social
O Conselho de Comércio Eletrônico (CCE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) enviou ofícios a diversas autoridades nacionais solicitando que orientem, de forma clara e unificada, as autoridades públicas do País sobre a importância da manutenção do transporte de cargas com o status de atividade essencial.
A medida se faz urgente porque, em meio ao avanço do covid-19 em todo o Brasil, em que diversos Estados e cidades têm estabelecido restrições mais rígidas de circulação de pessoas, o transporte de cargas – movido pelo comércio eletrônico – é fundamental para evitar desabastecimento da cadeia produtiva e dos pequenos negócios que, cumprindo as determinações sanitárias, dependem inteiramente do comércio eletrônico neste momento para não fecharem as portas, além de contribuir para que as pessoas permaneçam em suas casas sem a necessidade de circularem para adquirir produtos necessários para o trabalho domiciliar ou subsistência de suas famílias.
Projeção da FecomercioSP sobre 2020 sustenta a importância do e-commerce como um alívio para as empresas em meio ao cenário turbulento como o de agora: a Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE) da Federação estima que o setor paulista terminou o ano passado com crescimento de 32% em seu faturamento real na comparação com 2019 – um crescimento que, em números absolutos, seria da ordem de R$ 7 bilhões. No total, a projeção é que o e-commerce movimentou R$ 29,2 bilhões em 2020.
Ainda mais significativo é notar que a maior expansão nas receitas do comércio eletrônico no ano passado aconteceu no auge da primeira onda de covid-19, no segundo trimestre, quando as pessoas estavam sob medidas de restrição semelhantes às atuais: entre abril e junho, o montante arrecadado pelo e-commerce paulista subiu 54% em relação ao mesmo período de 2019. Foi neste mesmo intervalo de tempo que o comércio eletrônico melhorou sua participação no varejo como um todo, assumindo 4,6% do mercado, sendo a alternativa de sobrevivência para muitos estabelecimentos varejistas.
O pedido ainda se justifica observando que, segundo diversas pesquisas científicas, o risco de contágio pela doença no contato com embalagens e superfícies de produtos é mínimo.
Além disso, a logística das entregas do e-commerce não promove aglomerações, enquanto os profissionais que trabalham transportando mercadorias nunca deixaram de cumprir as recomendações sanitárias, como o uso de álcool em gel e de máscaras de modo correto. Ainda nesse sentido, a FecomercioSP elaborou, em parceria com outras entidades, o Guia da entrega segura, que demonstra o engajamento das empresas de transportes com a segurança dos seus colaboradores.
No entendimento da Federação, considerar os transportes de cargas como atividade não essencial terá diversos impactos econômicos e sociais, como o desabastecimento das famílias, o fim de muitos empreendimentos pequenos, que atuam hoje por meio dos seus marketplaces, e um abalo significativo sobre o setor de logística – hoje um dos pilares da economia do País.
Receberam ofícios da FecomercioSP com a solicitação o presidente do Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transportes (Conit), Tarcísio Gomes de Freitas; o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Transportes (Consetrans), Valter Casimiro Silveira; o presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette e o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo de Oliveira Lula.
Fonte: FecomercioSP