Comunicado Conet de agosto de 2022

Estudos do DECOPE indicam que a inflação no TRC explodiu



O DECOPE – Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas da NTC&Logística responsável por estudos técnicos, voltados à apuração de custos de transporte rodoviário de cargas e logística, estatísticas do setor, estudos macroeconômicos e formação de índices de custos referenciais que medem a inflação do TRC há 28 anos.



O DECOPE – Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas da NTC&Logística responsável por estudos técnicos, voltados à apuração de custos de transporte rodoviário de cargas e logística, estatísticas do setor, estudos macroeconômicos e formação de índices de custos referenciais que medem a inflação do TRC há 28 anos.

Seguindo a sistemática de apuração dos índices que indicam o impacto da variação dos preços dos insumos do serviço de transporte rodoviário de carga, o DECOPE registrou nos últimos doze meses os maiores índices de inflação média para o segmento de carga lotação (INCTL) desde a criação deste índice pela NTC em 2003. Já para o segmento de transporte de cargas fracionadas (INCTF) o valor também é histórico, o maior dos últimos 26 anos (superado apenas pelos números iniciais de 1995).



O acumulado de 12 meses do INCTL alcançou 31,05% em junho de 2022, sustentado pelos 63% de aumento do diesel (S10). Nos 12 meses o INCTF teve um acumulado de 17,60%.  

Contribui de forma significativa os aumentos, nos últimos 12 meses, dos principais insumos utilizados pelo setor, além do combustível: aditivo Arla32 70,1%, veículos 31,2%, rodagem 19,3%, aluguéis 10,3% etc.



É importante observar que estes valores do INCT se referem apenas a inflação dos últimos 12 meses, não reflete a defasagem do frete que não só persiste, e é reflexo do aumento fora do normal dos insumos pós Pandemia. 

Ainda preocupa a falta do recebimento dos demais componentes tarifários, tais como frete-valor que está relacionado aos custos dos riscos legais da atividade e o GRIS que remunera os custos inerentes às medidas de combate ao roubo de carga e os custos decorrentes dele.  



Cabe lembrar que muitas vezes os custos adicionais, decorrentes de serviços eventuais tais como: devolução, reentrega, permanência de carga entre outros, são superiores ao próprio frete peso. Uma situação que precisa ser tratada adequadamente pelo mercado rapidamente. 



Concluindo, o momento é difícil, pois o setor tem que enfrentar uma corrida para repassar os aumentos frequentes que está sofrendo (foram 4 anúncios de reajuste da Petrobras em 6 meses) e, além disso, teremos uma campanha eleitoral, copa do mundo, alta dos juros, ameaça de recessão no mundo e, para piorar uma guerra na Europa. Agravando ainda mais a situação, verifica-se que, mesmo os insumos estando com valores altos, boa parte deles não são encontrados no mercado e, além disso, persiste a condição onde muitos transportadores não conseguiram reajustar seus fretes adequadamente comprometendo bastante o caixa das empresas, razão pela qual, o alerta tem caráter vital para a preservação da saúde financeira e da capacidade de investimento das empresas do setor. 



Portanto, é aconselhável e prudente que o transportador e seus contratantes negociem o repasse da inflação do período e das defasagens anteriores, a fim de manter o equilíbrio de seus contratos, a manutenção da qualidade e a garantia dos serviços de transporte de forma sustentável.



São Paulo, 4 de agosto de 2022.

Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística



 


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