CNT e SENATRAN discutem questões para o aperfeiçoamento do setor de transportes

O diretor de Relações Institucionais da entidade, Valter Sousa, recebeu o secretário da SENATRAN, Adrualdo Catão, na sede do Sistema Transporte, em Brasília



Jogar luz sobre questões relevantes para o aprimoramento do setor de transporte no Brasil é o motivo pelo qual a CNT faz importantes interlocuções junto a órgãos dos três poderes da República. É o que aconteceu nessa segunda-feira (31), na sede do Sistema Transporte, em Brasília, quando o diretor de Relações Institucionais da entidade, Valter Souza, recebeu o secretário nacional de Trânsito (Senatran), Adrualdo Catão. O objetivo do encontro foi a apresentação de três pleitos importantes para o setor.



O diretor de Relações Institucionais CNT apresentou o trabalho da instituição e abordou a questão do transporte de cargas divisíveis no país. Ocorre que o governo da Bahia possui uma regulamentação referente à distribuição de peso por eixo para as suas rodovias estaduais - a Instrução de Serviços 03/2022 -, que se diverge dos padrões nacionais estabelecidos pela Resolução nº 11/2022, do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Isso vem prejudicando, do ponto de vista econômico e ambiental, qualquer tipo de transporte que passe pelo estado, já que, na Bahia, os veículos devem adotar 10 toneladas por eixo e as demais rodovias federais, 12,5 toneladas.



O vice-presidente executivo do Sindipesa (Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais do), Dásio de Souza Silva Jr, que também estava na reunião, detalhou o que acontece. “Um transporte com dez linhas de eixos, o semirreboque, atravessa o Brasil todo. Quando chega a Bahia, tem que ter 11. Certas configurações não permitem que se monte 11, porque isso é uma questão de fabricação internacional. É preciso, então, usar 12, ou seja, 20% a mais de linhas de eixo. Isso aumenta o peso total, o consumo do óleo diesel, o número de pneus do semirreboque. Ou seja, é um custo enorme. E ainda tem a questão do meio ambiente, já que um cavalo com mais trator mecânico e com mais potência gasta mais combustível. Em resumo, todo transporte que utilizar uma rodovia estadual da Bahia vai passar por esse problema”, disse.



Ao secretário da Senatran, Valter de Souza solicitou apoio na interlocução junto ao governo da Bahia, para o qual a CNT e o Sindipesa protocolaram um ofício, solicitando que a Instrução de Serviços 03/2022 seja revisada de modo a se adequar aos padrões da Resolução nº 11/2022, do DNIT.  “O trabalho da CNT é mostrar a importância do transporte para o país. O setor precisa ser fortalecido e, por isso, nós levamos pautas de reivindicações das entidades associadas, porque temos muito o que melhorar no país em termos de transporte”, afirmou o diretor da CNT. 



Sinalização nas rodovias e da formação de motoristas



As outras duas pautas apresentadas ao secretário da Senatran são relacionadas à melhoria da sinalização nas rodovias, no que tange a caminhões com risco de tombamento e velocidade máxima permitida; além da autorização para que o SEST SENAT possa ofertar nacionalmente formação, atualização e reciclagem de condutores, como foco na capacitação profissional.



O diretor da CNT, representando a ABLTP (Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos), solicitou a inclusão, no Manual de Sinalização Vertical - Resolução Contran nº 954/2022, a redução de velocidade de 10 km/h para caminhões e 20 km/h para combinações de veículos de carga (CVC).



Já em relação ao SEST SENAT, Valter Sousa fez questão de mostrar ao secretário a força de atuação da entidade para aumentar a empregabilidade no setor de transporte, que tem lidado como desafio de encontrar mão de obra qualificada. Ele também destacou que a instituição ofertou, em 2022, 5.290.056 cursos presenciais, 495.698 em educação a distância e 105.076 campanhas e palestras.



Adrualdo Catão se mostrou positivamente surpreso, especialmente em relação à formação profissional e à gratuidade aos trabalhadores do transporte, que, no ano passado, responderam por 89,79% dos atendimentos recebidos do SEST a custo zero; e 74,55%, do SENAT. Em relação aos pleitos da CNT, ele afirmou que são pontos que vão ao encontro da agenda do Ministério dos Transportes, de diminuição do Custo Brasil e simplificação de procedimentos, sempre focado na segurança viária. “Vamos encaminhar todos os pedidos e colocar para andar”, finalizou o secretário.”



Fonte: Agência CNT Transporte Atual


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