Agronegócio e e-commerce puxarão demanda por frete em 2021

A demanda por frete gerada pelo agronegócio cresceu 6,5% no acumulado de janeiro a outubro na comparação com mesmo período do ano passado. E deverá continuar aquecida em 2021 neste e em outros segmentos

O agronegócio está sendo responsável por evitar um tombo ainda maior na economia brasileira em 2020. E, consequentemente, é um dos setores que mais vem demandando frete. No acumulado de janeiro a outubro, a alta é de cerca de 6,5%. O dado é da Repom, que atua na área de gestão e pagamento de despesas de frotas. O bom resultado é reflexo da necessidade de escoamento da produção agrícola. Sobretudo voltado às exportações.

Há, contudo, uma tendência de queda. Na comparação do acumulado de janeiro a setembro, a alta foi maior: 9,5%. Ainda assim, o agronegócio continuará a ser uma das locomotivas do crescimento do País no ano que vem.

A previsão é do responsável por Mercado Rodoviário da Edenred Brasil, Thomas Gautier. Ele disse ao Estradão que a safra projetada para 2021 será recorde. E, com isso, deverá impulsionar a demanda por operações de transporte. “A previsão é muito positiva”, afirma.

E-commerce deve manter tendência de alta

Também deverá haver aumento na demanda por frete para atender operações ligadas ao comércio eletrônico. “A pandemia levou mais pessoas a comprarem via internet. E a curva de alta deverá ser mantida no ano que vem”, afirma Gautier.

Segundo ele, as projeções indicam aumento de 5% na demanda por serviços de transporte em 2021. Isso porque o resultado do setor está ligado ao Produto Interno Bruto. O PIB é o resultado de todas as riquezas produzidas pelo País ao longo do ano.

A estimativa é baseada na projeção do PIB brasileiro para 2021. A expectativa é que o número gire em torno dos 3,5%. “Essa é a lógica”, diz Gautier.

Dificuldade para atender agronegócio

Mas nem tudo são boas notícias. O aumento na demanda evidencia as velhas dificuldades enfrentadas pelas transportadoras que atendem o agronegócio. O assunto já foi abordado pelo Estradão em reportagem publicada recentemente.

Além dos antigos gargalos, há novos desafios. O panorama ficou evidente em maio à crise provocada pelo novo coronavírus. Entre os entraves estão altas cada vez mais frequentes dos preços do caminhão e de pneus e a falta de motoristas qualificados.

E, mesmo com os preços cada vez mais nas alturas, há espera para a entrega de caminhões e implementos. Dependendo do modelo, o prazo para entrega pode chegar a cinco meses.

Presidente da Associação Nacional do Transporte, NTC&Logística, Francisco Pelucio diz que, apesar das dificuldades, o setor vem se preparando bem. Segundo ele, no topo da lista de prioridades está a lentidão para carregar e descarregar grãos. O problema, que ocorre sobretudo nos portos, reduz a produtividade e gera prejuízos.

Ele afirma que a NTC vem trabalhando para desatar esse nó. E diz que representantes da associação têm reunião marcada em Brasília com a Confederação Nacional do Transporta (CNT) para discutir o tema. O objetivo é desenhar um plano estratégico para, ao menos, mitigar o problema.

Fonte: Estradão

Cadastre-se para receber nossa Newsletter

@
Estou ciente de que os dados fornecidos são exclusivamente para cadastro mencionado no formulário, para contato ou envio de newsletter. Após finalização, os dados serão armazenados pelo Sindetrap de forma segura, apenas com a finalidade de manter histórico de atividades realizadas e sem hipótese de transmissão a terceiros, conforme Lei Nº 13.709 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)